Beato Álvaro del Portillo, meu amigo no céu!

Hoje, 12 de maio, é comemorado o dia do Beato Álvaro del Portillo.

Dom Álvaro, como o conheci em 1989 e como gosto de chamá-lo, foi o primeiro sucessor de São Josemaría Escrivá, fundador do Opus Dei. Era engenheiro civil e doutor em filosofia e em Direito Canônico.

Dele, há muitos casinhos dignos de reflexão, mas o que mais me chamou e chama atenção em seu modo de ser é a forma serena como falava. Forte sem deixar de ser manso. Falar o que deve falar, fazer o que precisa ser feito, sem entretanto, perder a calma e a docilidade. Uma luta diária para mim e por isso, talvez, eu o admire tanto.

Dom Álvaro entrou definitivamente em minha vida por uma grande graça alcançada. Vou contar rapidamente o que aconteceu.

Para nossa família a beatificação de Dom Álvaro em 27 de setembro de 2014 foi uma alegria imensa, já que neste ano de 2014 havíamos recebido uma grande graça através de sua intercessão. 

Quando meu esposo, Valter, adoeceu e os médicos deram como certa sua cirurgia, minhas orações voltaram-se a Dom Álvaro num pedido incessante de que ficasse curado sem intervenção cirúrgica. Era, então, início de 2014.

Valter é diabético e teve um problema muito sério no dedo do pé. Os médicos não viam outra saída senão a amputação do dedo para tentar resolver o problema. Foram meses muito tristes e de apreensão, já que tínhamos o caso do pai de Valter que passou por um problema semelhante, começou amputando o dedo, o pé, a perna e depois veio a falecer.

Em maio tínhamos uma consulta com o vascular, sua equipe e a equipe de ortopedia com a finalidade de marcar a cirurgia para amputação do dedo. Eu estava fazendo uma novena a Dom Álvaro há mais de um mês e estávamos no dia decisivo. Era mês de maio de 2014.

Quando somos leigos e nos deparamos com uma doença resta-nos olhar para os médicos e observar suas reações diante do que veem. Depois de muito sofrimento, angústia pelo que estava por vir e a decisão pela cirurgia, fomos ao hospital para a internação.

Era dia 06/05. Os médicos chegando, observando e eu chorando um pouco distante para não atrapalhar. Valter estava tranquilo, sereno. Chegou, então, o médico vascular para fazer o último exame. Jamais esquecerei o sorriso no rosto, sempre preocupado, do Dr. Henry ao ter uma ponta de esperança e poder compartilhá-la conosco.

Disse ele: “Seria uma irresponsabilidade fazer a cirurgia hoje”, já que havia uma pontinha, muito pequena, mas, mais clara do que o resto do dedo. Olhei para ver se via o que o médico estava vendo e confesso que não vi nada. Olhei para os outros médicos que estavam por perto e não vi, no olhar deles a esperança do dr. Henry. Não tinha importância. Ele sabia mais e sua palavra me bastava.

Não pude deixar de lembrar de Dom Álvaro naquele momento e agradecer-lhe o carinho pelo qual estávamos passando. Voltamos para casa com a malinha de roupas nas mãos e um sorriso no rosto. Meu coração estava cheio de esperança e alegria, agradecimento e consolo.

Ter um amigo no céu já é uma grande graça e quando recebemos a notícia de que o improvável estava acontecendo a esperança converteu-se em agradecimentos. Valter foi se recuperando dia após dia e a cirurgia, até então, dada como certa, ia se distanciando de nossas vidas até que, finalmente, a recuperação aconteceu.

No dia 02 de julho de 2014 não havia uma mancha escura em seu pé. Hoje, Valter continua tomando os devidos cuidados que um diabético deve tomar e pode olhar todos os dias para o seu dedo que está exatamente onde deveria estar: no pé esquerdo.

Oração para o Beato Álvaro del Portillo




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