A importância da presença dos pais na vida dos filhos


 
É sempre muito interessante observar o andamento de nossa família. Quando os filhos são pequenos estão sempre ao nosso redor: brincando, pulando, pedindo, requisitando, rindo, chorando, brigando, enfim, estão sempre por perto.

À medida que vão crescendo e entrando na adolescência vão, aos poucos, procurando um espaço mais íntimo, mais longe da nossa presença. E tudo isso é muito normal. É claro que é sempre bom aparecer de repente e perguntar se está tudo bem, especialmente, quando percebemos que algo não está legal. Minha mãe nos conhecia pelo bater da porta, pelo andar rápido tentando fugir do olhar dela. Não davam 5 minutos e lá estava ela perguntando como foi o dia e não saía de perto até que contássemos o que havia acontecido. Pode pensar o que quiser, mas ela sempre sabia quando algo estava mal. Visões? Bruxaria? Ecos do além? Não!!! Minha mãe era uma mãe presente. E quando se tem uma mãe presente não dá para esconder nada dela. Às vezes, ela se fazia de "boba", mas a gente sempre sabia que ela sabia. O olhar dela não negava. 

Seguindo esse exemplo, tento levar minha família do mesmo jeito. Já não tenho mais adolescentes, então, nem sempre é possível estar por perto para sentir o bater da porta ou o andar rápido e fugitivo.

O interessante de se ter filhos adultos é que você percebe se trabalhou bem ou não nos anos que se foram e não voltam mais. Pode ser durante as conversas que ouve entre eles ou quando estão todos juntos ou ainda, quando nos procuram, isoladamente, para pedir um conselho ou contar uma decisão tomada. Há os que gostam de conversar com o pai e a mãe ao mesmo tempo e há os que gostam de conversar separadamente. O legal é que eles sabem que eu e o pai vamos conversar e tentar ajudá-los como pudermos. Às vezes, será um conselho ou uma conversa. Outras vezes, será uma oração ou muitas orações. O importante é que eles sabem que podem contar conosco quando precisarem. Não importa se moram em casa, em outro bairro, em outra cidade ou em outro país. Todos têm seu lugar cativo, de importância e relevância incondicional no momento em que precisam de nós.

Quando eu era criança ouvia um velho ditado que dizia: "filhos criados, trabalho dobrado". Posso dizer hoje, já com os filhos criados, que isso não é verdade. Filhos bem criados, alegrias dobradas seria o meu ditado preferido. 

Recentemente, tivemos nossa netinha hospitalizada. É a pequena da família. A graça, a alegria em forma de gente, a novidade diária, a festa de cada encontro. Primeira vez no hospital é sempre muito difícil, especialmente para os pais. Quantas coisas passam pela cabeça. A gente pede orações e conta com estas orações de familiares e amigos. A fé existe, mas não se pode negar que, quando o sorriso da pequena não aparece durante um dia inteiro, o coração fica apertado e mil sentimentos vão surgindo. O medo é grande. Tira o sono. Tira a fome. Tira a vontade de rir.

E a paz? Não. A paz não foi tirada e vou contar o porquê.

Primeiro porque nesta casa e nesta família acreditamos no amor de Deus e de Nossa Senhora por nós e pela nossa pequenina. Nossa fofinha, como é costumeiramente chamada, é constantemente colocada aos cuidados de Nossa Senhora, então, não perdemos a paz. Ela está em boas mãos. Isso não quer dizer que não tenhamos sofrimentos. Quer dizer, apenas, que não perdemos a paz com os sofrimentos. 

Ligado estreitamente a esse primeiro fator vem a união familiar. Aquela que foi consolidada durante a infância e a adolescência. Aquela que foi trabalhada diariamente quando todos moravam em casa conosco.

Foi impressionante ver como cada um deu um jeito para estar junto à nossa pequena e junto aos seus pais que precisavam tanto quanto ela de um carinho especial. Visita rapidinha só pra poder estar perto um pouquinho, gostosuras pra ver se comia um pouquinho mais, o polvo de pelúcia amado, os gogos da disney que fazem parte da coleção, o primeiro livro escrito e que está sendo lido todos os dias, vídeos diários de quem está longe, chamada de vídeo de quem está mais longe ainda, música cantada especialmente a pedido da fofinha. Todos descobriram uma forma de estar junto e poder diminuir o sofrimento do momento. Não importa se estão morando aqui, em outra cidade ou em outro país. O amor é único. O amor existe. O amor não tem fronteiras, não tem tempo, nem encontra dificuldades. 

Filhos bem criados, alegrias dobradas. Esse ditado é melhor e é possível. Dá trabalho, não vou negar, mas acontece e traz felicidade. Ainda quando o momento não é para brincadeira. 

Aí a gente olha pra trás e vê que estar presente na infância e na adolescência dos filhos não é uma bobagem, não é perda de tempo. É o futuro bem construído. É a solidez da família. 

Sempre há tempo para começar. Não deixe o tempo passar e os filhos crescerem sem essa presença forte, firme e amorosa de pai e mãe. Vai fazer toda a diferença num futuro muito próximo. Mais próximo do que você pode imaginar. Num piscar de olhos!!!




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