A saga do papel contact

 



Em breve voltaremos às aulas. Todos os anos, nestes dias que antecedem a volta das crianças, nós preparamos os materiais e a sala de aula para que estejam aconchegantes, funcionais e bem acolhedoras para receber nossas crianças.

Hoje foi dia de colocar os suportes para Poesia, Hábito do Mês, Expressões Idiomáticas, enfim, algumas coisas que serão trabalhadas diariamente, logo, ficarão expostas nas paredes da sala. Fui buscar o papel cartão vermelho e o papel contact para deixar tudo bem bonito e duradouro.

Confesso que não tenho muita facilidade com papel contact, mas aventurei-me assim mesmo. Passei o papel contact no primeiro suporte e ficou bom. Era pequeno, não tive problema. Cortei o papel contact um pouquinho maior do que precisava. Pouca coisa, pois gosto de economizar. Passei de cima para baixo e deu certo. Ok. Vamos para o próximo.

Esse era um pouco maior e, logo de cara, formou uma bolha. Tentei tirar e ficou pior ainda. Puxei o papel contact e rasguei os dizeres: Hábito do Mês. Deixei de lado.

Peguei um menor, já um pouco chateada, pois não gosto de perder material. Comecei com cuidado, de cima para baixo e, no meio da colagem, lá veio a bolha novamente. Passei a régua para ver se conseguia fazê-la sumir, mas consegui mais três bolhas maiores e um risco  no meio do suporte. Ficou horrível. Deixei de lado.

Não é possível! Serei vencida pelo papel contact? Claro que não. Pego o rolo do papel e leio as instruções. Sim. Não havia lido as instruções, porque para mim era óbvio a forma de passar o papel. Não poderia ser tão difícil assim. Engano meu. Lá estavam os dois suportes completamente inutilizados.

Lá nas instruções, curtas e claras, estava escrito que deveria ser deixada uma margem de sobra e que a colocação deveria ser feita na diagonal. 

Na diagonal??? Como assim??? Por quê??? Que diferença faria ser de cima para baixo ou na diagonal?

Bem, vamos tentar. E lá fui eu, ainda meio incrédula, testar a colagem na diagonal. Que bobagem!!!

Deixei uma margem maior de sobra dos lados, porque fazia muito sentido. A lógica é sempre importante para mim. Começo a passar o papel contact na diagonal e... Incrível!!! Nenhuma bolha. Sem régua. Apenas passando a mão e puxando o papel protetor com calma e tranquilidade.

Fiz todos os suportes e não tive nenhuma perda. Todos feitos na diagonal! 

O que podemos concluir desse acontecimento? O que aprendemos nessa manhã de trabalho?

Primeiro e antes de mais nada: leia as instruções. Por mais inteligente e esperta que você seja, sempre há coisas a aprender. Nem sempre o óbvio é o certo. Um pouco de humildade pode nos trazer grandes ganhos de tempo e aprendizado.

Outra coisa é que nem sempre a economia é benéfica. Pode ser um engodo. Deixar uma margem de erro, uma sobra, um espaço a mais, pode ser a diferença entre o acerto e o erro. 

E, por último, trabalhar a repetição do que se faz é sempre bom para aperfeiçoar o trabalho. Quando fazemos algo várias vezes, a chance de ir melhorando a cada vez é muito grande. Não desistir diante dos problemas que surgem, das bolhas que aparecem para nos atrapalhar. 

Resumindo a saga do papel contact para a vida:

1. Leia as instruções antes de fazer e usar. Sempre há o que aprender.

2. Não seja mesquinha com você nem com os outros. Permita-se deixar um espaço para voltar atrás quando errar e deixe que o outro também possa fazê-lo, caso necessite. 

3. Crie o hábito de fazer boas coisas e repeti-las várias vezes.

4. Às vezes, o bom vem de cima para baixo. Outras vezes, podem vir na diagonal. Seja flexível!


Comentários

  1. Que delícia Sônia!!!! Sofri com você aqui...como não admirar como escreve e o que escreve!!!

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  2. A gente passa por poucas e boas, não é mesmo? Mas, se aprendemos alguma coisa, valeu a pena. 👍😍

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